Bootstrapping: conheça o método mais econômico (e arriscado) para escalar a startup
- Pateo76
- 15 de set.
- 3 min de leitura
Escalar startups com recursos dos próprios fundadores é um dos métodos mais econômicos, mas que apresenta certos desafios.
Bootstrapping vem do termo, em inglês, "puxar a si pelos cadarços das botas" (pull oneself up by one's bootstraps), que ressalta a metáfora de autossuficiência financeira no meio empresarial.
Entre as startups, é comum que muitos fundadores invistam do próprio bolso para desenvolver o produto, solução ou até a própria gestão do negócio, pelo menos até conquistarem investidores-anjo.
No entanto, também não é raro encontrar startups que, depois da tração, alcancem o break even (ponto de equilíbrio financeiro) e adotem o bootstrapping, assumindo os lucros e riscos financeiros.
Neste artigo, você vai compreender o conceito de bootstrapping e quais empresas começaram ou chegaram a este ponto.

O que é bootstrapping?
É o conceito em que uma empresa cresce com capital próprio, sem intermediários, como investidores-anjo, venture capital ou aceleradoras.
No caso de bootstrapping, o negócio se desenvolve com os próprios lucros, investimento dos fundadores ou até mesmo com empréstimos bancários.
Esse cenário é comum quando a startup está no estágio inicial e precisa passar pelo processo de tração, validar o modelo de negócios e angariar os primeiros investidores externos.
Sendo assim, trata-se de autossuficiência financeira desde o início.
Numa empresa bootstrapping, os fundadores assumem o risco de arcar com as dívidas, administrar os lucros e focar somente em gerar receita e honrar as contas.
Vantagens do bootstrapping
O bootstrapping é um dos métodos mais econômicos de escalar uma startup, que agrega vantagens para os fundadores que buscam maior independência financeira.
Podemos pontuar as seguintes vantagens:
Controle total: os fundadores tomam todas as decisões dentro da startup, sem precisar justificar aos investidores, além de não haver diluição nos lucros;
Foco na lucratividade: o lucro se torna o principal objetivo da empresa, o que pode gerar uma pressão para fechar as contas com saldo positivo;
Disciplina: os fundadores se tornam mais conscientes aos gastos e evitam despesas desnecessárias;
Validação do mercado: se a empresa se sustenta somente com o lucro, prova que há um mercado real e há pessoas buscam pela solução.
Desafios do bootstrapping
Mesmo que os fundadores tenham consciência das vantagens e dos riscos do bootstrapping, existem outros pontos que precisam de atenção.
Crescimento mais lento: o lucro fica totalmente focado nas contas, então o crescimento fica limitado;
Recursos limitados: fica mais complicado em competir com empresas que contam com investimentos pesados em marketing, contratação de talentos e pesquisas de desenvolvimento;
Salários competitivos: fica difícil atrair talentos se os salários não são compatíveis ao mercado, ou que não possam ser sustentados a longo prazo;
Pressão financeira pessoal: os fundadores podem acabar investindo as economias pessoais para manter o negócio funcionando, o que pode gerar estresse;
Escala limitada: dependendo do modelo de negócios ou o do produto, os investimentos iniciais devem ser mais altos, o que dificulta o processo de bootstrapping.
Empresas que começaram com o bootstrapping
A maioria das grandes empresas famosas começaram pequenas e passaram pelo processo de tirar dinheiro do próprio bolso para crescer e terem o legado de hoje.
Alguns exemplos interessantes para você conhecer:
Microsoft: começou com Bill Gates e Paul Allen reinventando os próprios ganhos e operando de forma enxuta;
Dell: Michael Dell montava os computadores no dormitório da faculdade e usava os lucros das vendas para aprimorar a empresa;
Mailchimp: a maior plataforma de e-mail marketing cresceu com o bootstrapping por muitos anos, investindo em construir um produto de qualidade e crescer organicamente através da receita dos clientes.
Startups brasileiras que começaram com o bootstrapping
As startups brasileiras também apresentam cases de sucessos sobre a evolução de bootstrapping para investimentos externos.
Conheça algumas delas:
MaxMilhas: a plataforma de vendas e compras de milhas aéreas, começou em passos pequenos, investindo os próprios ganhos no desenvolvimento da plataforma;
RD Station: teve um início marcado pelo bootstrapping para validar o modelo de negócios antes de receber investimentos externos;
UAUBox: startup brasileira de boxes de beleza por assinatura que começou na garagem de casa e cresceu gradualmente por conta do bootstrapping.
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